sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Oscar Report – Mais um filme americano de guerra, só que falado em japonês


Buenas,

Após longas, longas e longas horas, consegui assistir Cartas de Iwo Jima (Letters from Iwo Jima, EUA - 2006), filme de Clint Eastwood sobre a famosa batalha da Segunda Guerra, vista da perspectiva japonesa. Sim, longas horas porque o filme tem desnecessários 140 minutos. Já comentei no post abaixo e volto a dizer, pra quê os americanos insistem em fazer esses filmes super longos?

Antes de começar a dizer tudo o que penso sobre esse filme, preciso esclarecer algumas coisas. Eu gosto do Clint Eastwood. Amei Sobre Meninos e Lobos (Mystic River, EUA – 2003) e também Os Imperdoáveis (Unforgiven, EUA – 1992), mas detestei Menina de Ouro (Million Dollar Baby, EUA – 2004). Ou seja, no caso do diretor, a opinião é imparcial, porque sei que ele faz filmes ótimos e outros nem tanto e Cartas faz parte dessa segunda categora (que me desculpem novamente os críticos, mas não gostei).

Mas Cartas de Iwo Jima é um filme de guerra americano. Só que falado em japonês. A idéia por trás desse filme foi mostrar o outro lado dessa batalha. Eastwood estava filmando A Conquista da Honra (Flags of our Fathers, EUA, 2006) e, durante a pesquisa para o filme, lendo as cartas que os soldados de Iwo Jima haviam escrito, resolveu mostrar o “outro lado”. O conceito é bom, ele quis mostrar a humanidade dos dois lados e como não há realmente um inimigo em uma guerra, que somos todos parecidos. Mas o resultado na tela é mais um filme americano de guerra.

Há algum tempo eu havia decidido (logo após ver O Resgate do Soldado Ryan, Saving Private Ryan, EUA - 1998) que não iria mais ver filmes de guerra americanos. Sinceramente não tenho mais estômago pra ver gente sendo destroçada (literalmente aos pedaços) durante combates e no final tudo se justificar porque os americanos estão defendendo o princípio da liberdade. Tá bom.

Apesar de tentar não cair nessa armadilha, Eastwood acaba mostrando uma guerra entre muita gente boazinha e honrada, que também parte do princípio que a guerra acontece por razões nobres, o que não é verdade. Além disso, o filme é desnecessariamente longo e um pouco absurdo. Segundo o filme, quando os japoneses estavam perdendo uma batalha, os soldados que sobravam não continuavam lutando, eles se matavam. Tem uma cena que mostra sete ou oito soldados japoneses se matarem com granadas. Cada um pega uma granada, solta o pino e aperta contra o peito, e nós vemos um monte de carne explodir pra todo lado. Sério, ele precisava mostrar um por um? Só um já dava uma idéia, né?

Fora que deve ter sido a batalha mais fácil do mundo para os americanos porque, segundo o filme, os japoneses não tinham água nem comida há dias, quando começavam a perder eles se matavam, além de serem bonzinhos e do comandante deles adorar os Estados Unidos. Então Clint, agora conta aquela do padre e do rabino.

See ya!!

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