quinta-feira, outubro 18, 2007

Tropa de Elite também vai pegar você!!


Buenas,

Ei, você aí! Que está em frente ao computador nesse momento, levanta daí, assim que terminar de ler esse post, é claro! Levanta e vai, mas não anda, corre! Aliás, avisa os amigos, brasileiros, estrangeiros, humanos e outros em geral. Saiam já de suas casas e vão ao cinema mais próximo (não vale comprar cópia pirata porque isso não tá com nada, viu?) assistir esse filme urgentemente!!!

Tropa de Elite não só é um ótimo filme, bem feito, bem filmado, com boa história, ótimas atuações, boa ação, humor, personagens bem desenvolvidos, enfim, cinema de verdade, mas também é uma lição de Brasil que não dá pra negar. Todo mundo precisar ver!!!!

O filme é narrado pelo Capitão Nascimento (Wagner Moura) do Bope, tropa de elite da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Prestes a ter o primeiro filho, Nascimento está a procura de um substituto e sua história esbarra na de dois recrutas amigos de infância, Neto (Caio Junqueira) e Matias (André Ramiro), que se destacam pela honestidade. Nisso vemos duas histórias paralelas que só no terceiro ato juntam-se para formar a principal, sempre narradas por Wagner Moura como Nascimento, em ótima forma. Enquanto o Capitão Nascimento faz suas perigosas incursões nas favelas para combater os traficantes com sua equipe, os policiais Neto e Matias lutam para subir na hierarquia da polícia militar e fazer a diferença dentro de uma instituição corrupta. Nascimento acha que bandido tem que morrer e isso é o certo. Matias acha que se deve respeitar a lei e isso é o certo. Os dois estão certos. Certo?

Mas aí começamos a ver muito claramente como realmente funciona a polícia brasileira. Policiais mal pagos, desenganados com seus empregos, que usam a corrupção como parte do sistema. São praticamente uma extensão das quadrilhas e dos bandidos. Também vemos uma classe média e alta coniventes com o tráfico, que o incentivam o financiam, além de acharem que o problema da violência é culpa da polícia e do estado, não deles de dos seus amigos traficantes. Só que não enxerga que são eles mesmos que elegem esse estado e que incentivam essas quadrilhas de traficantes. E no meio está o Bope, uma instituição que usa de meios extremamente questionáveis (como torturas e até assassinatos) para tentar moralizar esse quadro absolutamente distorcido. Cada um lutando para sobreviver ao seu modo no meio dessa guerra.
E quando a história do Capitão Nascimento se encontra com a de Matias e Neto, nenhum dos três mais sabe o que é realmente certo.

Achei absolutamente lindo ver essa realidade estampada na tela de cinema pra todo mundo ver. E ainda mais lindo porque não foi só mostrada de uma forma pesada e desconfortável. O filme é violento sim, mas também tem história. O roteiro mostra como o personagem do Capitão Nascimento lida com seus conflitos pessoais - a morte de um menino que ajuda o tráfico o deixa com ataques de pânico e o fazem voltar até a favela para reaver o corpo do menino para a mãe poder enterrá-lo-, e como ele lida (mal) com a família. O filme explora os sentimentos dos recrutas, como eles se transformam no processo todo.
Além disso o filme também tem ótimas pitadas de humor, porque como bom brasileiro, não poderia deixar de ter. A ironia do Capitão Nascimento ao descrever o processo de corrupção da polícia é impagável. Mas o melhor mesmo é o treinamento dos recrutas para entrar no Bope. Um processo brutal, narrado de forma extremamente engraçada, dando uma leveza necessária, que faz de Tropa um filme muito prazeroso.

Por essa forma honesta e direta como escancara a falta de vergonha na cara em todos os níveis e classes sociais brasileiras, o filme já virou mania nacional. E como toda boa mania, vira base para as brincadeiras mais criativas, como o post do blog abaixo (hilário), ou as piadas do email que recebi:

Blog Ao Mirante Nelson

Email:


CAPITÃO NASCIMENTO é o meu herói!!!!
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Quando Deus disse "Que se faça a luz!", Capitão Nascimento falou: "Tá de sacanagem, sr. 01? Tá com medinho do escuro, sr. 01?"

Quando Deus resolveu criar o universo foi pedir permissão ao Capitão Nascimento, e ele respondeu: "Senta o dedo nesta porra!".

Quando Bruce Banner fica puto ele vira o Hulk, quando o Hulk fica puto ele vira o Capitão Nascimento.

Capitão Nascimento não lê livros, ele bota eles no saco até conseguir toda a informação que precisa.

As principais causas de morte no Brasil: 1. Ataque do coração 2. Capitão. Nascimento 3. Câncer. A opção 1 é a maior porque a maioria dos bandidos morrem do coração quando vêem o capitão.

Capitão Nascimento perguntou quanto tempo Deus levaria para criar o mundo, Deus disse que levaria 7 dias, então o Capitão. respondeu: "o Sr. É um fanfarrão, Sr. 01! O Sr. tem DEZ, DEZ segundos!".

Capitão Nascimento apostou queda de braço com o Superhomem e quem perdesse teria que usar a cueca por cima da calça.

Capitão Nascimento arrancou a cabeça do highlander a tapas "pede pra sair, pede pra sair, pede pra sair".

Uma vez o Capitão Nascimento e o Chuck Norris saíram na porrada. O episódio é conhecido como "big bang".

Judas não se matou. Ele foi morto pelo Capitão Nascimento, ao prestar o curso do BOPE, depois de ouvir "vc acha que ninguém sabe que vc traiu Jesus? Vc acha que ninguém sabe que vc é corrupto?"

A razão do universo em expansão é porque as galáxias estão fugindo do Capitão Nascimento.
Certa vez, o Capitão Nascimento enfiou uma faca em seu próprio olho. A faca ficou cega.

A roupa do Super-homem era preta até o Capitão Nascimento dizer: "Tira essa roupa preta porque você não é Caveira, vc é moleque!"

O capitão nascimento só dorme de luz acesa, pq o escuro tem medo dele.

No Aurélio a palavra "vítima" está definida como "aquele que encontra o Capitão Nascimento".

Capitão Nascimento dorme com um travesseiro debaixo da arma.

Precisa de mais??? Portanto, levanta a bunda da cadeira e corre pro cinema assistir!!!

See ya!!!!

segunda-feira, outubro 15, 2007

Apagaram a luz da ribalta


Buenas,

Com muita tristeza escrevo esse post sobre a perda de um dos maiores e melhores atores que já se viu nos palcos, telonas e telinhas desse país e, porque não, desse mundo. Eu sempre disse que pagava até para ver Paulo Autran ler a lista telefônica num palco de teatro, porque com ele lendo, com certeza até uma simples e banal lista de nomes e telefones ficaria interessante, tal era o gênio de sua interpretação.

Ele brilhou durante quase 60 anos em uma carreira incrível, com 90 peças teatrais, inúmeros filmes e novelas. Sempre muito versátil, Autran conquistava o público e mostrava o lado humano de todos os seus personagens, mesmo dos vilões que interpretava.

Algumas vezes, tive a honra de encontrar com ele saindo de algumas de suas peças de fui assistir. Sempre cordial e alegre, ele cumprimentava seu público com muita educação e sem ‘estrelismos’. Em outras ocasiões, também tive o prazer de vê-lo na platéia. Em uma dessas, agora não me recordo qual peça, os atores fizeram questão de agradecer a ilustre presença e o público o aplaudiu de pé, fato que o deixou um tanto quanto encabulado.

Esse era Paulo Autran, um verdadeiro artista, um talento. Sentiremos muito mesmo a sua falta.