quinta-feira, junho 22, 2006

Não é só o James Cameron que sabe afundar navio em Hollywood!


Buenas,
Amanhã estréia mais um filme estilo ‘blockbuster’ lançado para o verão americano, a refilmagem de um clássico (?) de 1972, Poseidon.
Para ser sincera, sei que assisti ao filme original na TV, mas não lembro muito bem. A história parece ser a mesma. No luxuoso transatlântico Poseidon acontece uma festa de reveillon, quando uma onda gigantesca com mais de trinta metros (tsunami?) atinge a embarcação com tanta violência que a vira de cabeça para baixo. Grande parte dos passageiros morre no impacto, esmagados ou simplesmente lançados ao mar.
Os sobreviventes ficam confinados no salão de baile, que ainda permanece intacto. Mas um pequeno grupo não acredita que a estrutura do salão agüentará até a chegada do resgate e prefere buscar um modo de chegar ao casco, arriscando-se através de vários níveis de escombros para alcançar a superfície enquanto o navio começa a afundar.
Estabelecida essa premissa, devo dizer que as cenas de ação (e destruição) são sensacionais. Muito realista, o filme é verdadeiramente aflitivo. Os personagens são rasos e estereotipados, já os diálogos são pífios. Algumas conversas parecem de filme de caricatura, como Todo Mundo em Pânico. A boa notícia é que os diálogos constituem somente 5% do filme. Assim a coisa fica tragável. Parece o Titanic, só que sem a história de amor babaca.
As seqüências são bem feitas e deixam o público na beira da poltrona, mas no final algumas cenas começam a ficar um tanto quanto improváveis.
Se você gosta de muita ação, pode ser uma boa pedida, mas não espere grandes atuações ou um roteiro elaborado.
See ya!

quarta-feira, junho 21, 2006

Teatro mistura mídias em São Paulo


Buenas galera,
Recentemente vi duas peças de teatro muito bacanas aqui em São Paulo e as duas têm em comum o fato de incorporar outras mídias na boa e velha linguagem teatral, mudando um pouco a dinâmica entre atores e platéia.
Em Avenida Dropsie, uma peça baseada nas histórias em quadrinhos de Will Eisner, vemos fragmentos e cenas da vida em uma grande cidade. A peça é uma mistura de esquetes, números musicais e cenas sobre os absurdos normais e a solidão coletiva de se viver em uma metrópole.
O cenário é um edifício de três andares no qual vemos, pelas janelas, ou na frente, onde seria a rua, histórias engraçadas, melancólicas que falam das pessoas no meio do aglomerado de cimento. Os diálogos, coreografias e cenas são intercalados com projeções, feitas em uma tela transparente na frente do palco, de frases de Eisner.
O grupo Sutil Companhia de Teatro encena a peça que mistura a leitura, quadrinhos com o teatro e a música, presença marcante nas cenas.
Em Quando Nietzsche chorou, Cássio Escapin faz o papel de Friederich Nietzsche, o filósofo do desespero, que está no limite de uma depressão suicida, incapaz de encontrar cura para suas doenças. Ele acaba procurando um médico que sugere um tratamento pouco ortodoxo: o médico ajuda Nietzsche com remédios e tenta curar seus males físicos, enquanto Nietzsche ajuda o médico com seus males espirituais. Acaba sendo um processo de auto descoberta para os dois, com muitos insights interessantes da filosofia de Nietzsche.
A parte multimídia da peça é bastante interessante. Em vez de ter cinco atores contracenando no palco, somente Nietzsche e o médico estão lá fisicamente. Algumas cenas que envolvem os outros três personagens da trama foram filmadas previamente e são exibidas no telão que faz parte do cenário. Quando vemos as cenas com os outros personagens, o palco escurece e os atores, que praticamente não deixam o palco do início ao fim da peça, ficam parados. Achei um conceito bastante interessante, pois nunca tinha visto uma peça de teatro com personagens reais e outros ‘virtuais’, uma mistura de teatro e cinema.
Há tempos o grupo Ornitorrinco, de Cacá Rosset, já encenava peças misturando música e circo e agora eles estão de volta com Marido vai à caça!, que também deve ser ótima e vale a pena conferir.
That’s it babies!
See ya!

Fofices para ver em DVD (ou vídeo mesmo! Alguém ainda usa isso?)


Buenas people,
Outro dia vi dois filmes muito bacanas, sensíveis e fofos em DVD e quero recomendar que todos os vejam.

O primeiro filme é Caiu do Céu (Millions, UK, 2004), de Danny Boyle, uma história de dois irmãos ingleses, crianças que acabaram de perder a mãe e moram com o pai, que acham uma mala com ₤ 1 milhão, alguns dias antes da Inglaterra converter todo seu dinheiro para Euros. O diretor de Trainspotting, Cova Rasa e Extermínio mostra seu lado mais sensível e faz um filme fofo sem ser piegas.
O irmão mais novo, de 5 anos, é fascinado pela vida dos santos da igreja e tem conceitos éticos muito enraizados, enquanto que o mais velho quer usar o dinheiro para ser popular com sua turma no colégio. O filme discute temas como religião, ética e bondade de forma engraçada e sem ser maçante. Uma verdadeira gema, não dá pra perder.
Já Uma Vida Iluminada (Everything is Illuminated, EUA, 2005), é um filme do ator/diretor (nesse caso só diretor) Liev Schreiber, com Ellijah Woods como um judeu americano que decide ir à Ucrânia encontrar a mulher que teria salvado seu avô dos nazistas.
Lá ele contrata como guias um rapaz ucraniano, que fala um inglês macarrônico (e hilário), e seu avô, que levam ele e o estranho cachorro da família em uma viagem para encontrar a vila onde a pessoa morava.
O filme usa o humor e a sutileza para mostrar o choque de culturas e o horror nazista, mostrando que não é preciso matar criancinhas e derramar muito sangue na tela para isso.
Dois filmes de grande sensibilidade para quem quiser ver o que há além das fórmulas hollywoodianas de sucesso.
See ya!

As conseqüências de nossos atos

Buenas,

Vi recentemente dois filmes interessantes - completamente diferentes - mas com o mesmo tema como premissa básica do roteiro: lidar com as conseqüências dos nossos atos.
Os Três Enterros de Melquiades Estrada é um filme dirigido e estrelado por Tommy Lee Jones, sobre o assassinato de um mexicano ilegal numa cidade de fronteira dos Estados Unidos. Tommy Lee Jones faz o papel do melhor amigo de Melquiades, que é morto acidentalmente por um policial de fronteira. Como o amigo é ilegal e o assassino é policial, a polícia decide não lidar com o caso. Nesse momento o personagem de Tommy Lee resolve atender um pedido do amigo – ser enterrado em sua terra natal no México – e, ao mesmo tempo, vingar a sua morte. Para isso ele seqüestra o policial de fronteira e o leva numa jornada até a terra natal de Melquiades.
O filme é bastante violento e seco. A vida na cidade de fronteira dos Estados Unidos com o México é retratada de uma forma muito realista e bastante dura e crua. São almas perdidas num limbo, os americanos “white-trash” – como o policial de fronteira -, considerados sub-americanos pela elite da nação, e os mexicanos, considerados sub-raça pelos americanos em geral e pelos “white-trash”. Essa mistura torna-se quase tóxica.
A lição final do policial (e do público) é que nossos atos têm conseqüências e que devemos lidar com elas. O que nos traz ao segundo filme. Muito diferente do filme americano, o filme francês Caché (que significa ‘escondido’ em português) também lida com essa premissa, mas de forma muito diferente.
Em Caché, um casal francês de classe média-alta, que vive em uma bela casa com seu filho adolescente, começa a receber estranhas fitas de vídeo, nas quais vêem sua casa sendo vigiada dia e noite. Os ótimos atores Juliette Binoche e Daniel Auteuil fazem do filme ainda mais convincente e impactante
O filme é muito bem feito e deixa mais perguntas do que respostas na cabeça do espectador. Na hora saí com uma interrogação na testa, mas depois fiquei feliz porque um filme que nos deixa perguntas, ativa nossa imaginação, criatividade e inteligência e nos faz lembrar dele em horas inusitadas e durante muito tempo. Eu considero essa uma sensação muito boa.
Achando que as fitas de vídeo são relacionadas com um segredo de seu passado, o marido se sente perseguido por algo que fez durante a sua infância, sente que sempre vai carregar alguma culpa como conseqüência de um ato infantil. Na verdade, o filme nunca confirma as nossas e as expectativas dos personagens, deixando muito para a imaginação. (se não quiser estragar o final, não leia as próximas duas linhas)
Muitas questões ficam no ar: Quem fez as fitas? O filho já sabia? O que ele sabia? Será que foi só o que ele contou que aconteceu mesmo?
No final, é interessante pensar que o filme não acaba quando saímos do cinema e que há ainda inúmeras possibilidades, parece que irá continuar. E como todo bom filme, só continua na nossa cabeça.
That’s all!
See ya!

sexta-feira, junho 16, 2006

Lindas bailarinas no MASP


Buenas a todos!
Na semana passada, fui ao MASP ver a exposição do pintor impressionista francês, Edgar Degas. Suas obras, tanto os quadros como as esculturas em bronze, são belíssimas e merecem ser conferidas.
A especialidade de Degas era retratar o movimento e com isso ele retratou e esculpiu várias bailarinas e cavalos. Mas seu tema favorito eram as bailarinas e ele ficou conhecido justamente por estes quadros. Na exposição do MASP, temos desenhos, quadros e esculturas de diversas fases do artista, assim como alguns quadros de outros pintores de sua época, que o influenciaram o que foram influenciados por ele.
A curiosidade da mostra é a exposição de inúmeros desenhos de Picasso que, conforme explicam, era muito amigo de Degas e o influenciou bastante.
É verdade que temos poucos museus e grandes obras aqui, se compararmos São Paulo com cidades como Nova York, Sydney, Paris, Londres, etc. Acho que essa é uma grande falta nessa cidade que é tão vibrante e tem uma enorme população. Mas sei que dificilmente os grandes museus cederão obras raras (e caríssimas) para serem exibidas em um país com alto grau de criminalidade como o Brasil. Isso tudo para dizer que, claro, a exposição não tem muitas nem as melhores obras do pintor. Mesmo assim, vale a pena ver o que foi trazido e outra parte que já é do acervo do MASP. Já é uma grande façanha termos esse tipo de exposição por aqui.
Arte faz bem pra saúde, porque além de nos trazer beleza e inspiração, também nos abre novas perspectivas. Por isso eu recomendo essa exposição.
That’s all folks!
See ya!

quinta-feira, junho 08, 2006

What a difference a director makes…


Buenas galera!
Vcs conhecem aquela música “What a difference a day makes”, dos anos 50/60? Pois é, que diferença faz um dia, no caso do X-Men 3 – The Last Stand, é como diz o título, que diferença faz um diretor! O ótimo Bryan Singer, diretor dos dois primeiros filmes da trilogia X-Men, não pôde dirigir o último porque foi chamado para dirigir um outro mega-projeto, Superman Returns. Por isso a tarefa de dirigir esse Last Stand ficou para Brett Ratner, um bom diretor de ação que gosta muito de grandes explosões e lutas. Eu achei que a troca fez diferença. Eu adorei os dois primeiros filmes dos X-Men, mas fiquei um tanto quanto entediada neste terceiro.

O filme é bacana, mas não tanto quanto os dois primeiros. Neste, uma suposta “cura” para as mutações é colocada no mercado, com o objetivo de transformar os mutantes em pessoas normais, sem poderes. A revolta é generalizada no universo dos mutantes, mas, como sempre, a turma do mal, liderada por Magneto (Ian McKellen) decide destruir a cura e quebrar tudo, enquanto o grupo da escola, liderado pelo professor Charles Xavier (Patrick Stewart) resolve defender os humanos do ataque da turma do mal.

Os nossos mutantes prediletos estão todos lá: Wolverine, Mystique, Storm, Rogue, Magneto, Pyro, Iceman, Cyclops e a Dra. Jean Grey, renascida com uma personalidade diferente e um poder sem precedentes. Fiquei um pouco decepcionada porque alguns deles têm participações muito pequenas, Ratner resolveu centrar a trama toda em Wolverine e Storm.

Mesmo com muita ação e efeitos especiais, achei que ficou faltando alguma coisa. Para quem não é fanátido dos quadrinhos, faltou o charme e o carisma dos X-Men, que foi o que engajou o público (pelo menos eu) nos dois primeiros filmes. Ficou simplesmente um filme de ação, o que não deixa de ser bom, mas ficou inferior aos dois primeiros.

O final do filme insinua continuação na história, ou seja, a série pode ser retomada ou, como é comentado há anos, podem ser feitos spin-offs com os pernagens – filmes exclusivos de algum X-Men e o mais cotado é o Wolverine.

That’s it babies! See ya!