quinta-feira, outubro 18, 2007

Tropa de Elite também vai pegar você!!


Buenas,

Ei, você aí! Que está em frente ao computador nesse momento, levanta daí, assim que terminar de ler esse post, é claro! Levanta e vai, mas não anda, corre! Aliás, avisa os amigos, brasileiros, estrangeiros, humanos e outros em geral. Saiam já de suas casas e vão ao cinema mais próximo (não vale comprar cópia pirata porque isso não tá com nada, viu?) assistir esse filme urgentemente!!!

Tropa de Elite não só é um ótimo filme, bem feito, bem filmado, com boa história, ótimas atuações, boa ação, humor, personagens bem desenvolvidos, enfim, cinema de verdade, mas também é uma lição de Brasil que não dá pra negar. Todo mundo precisar ver!!!!

O filme é narrado pelo Capitão Nascimento (Wagner Moura) do Bope, tropa de elite da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Prestes a ter o primeiro filho, Nascimento está a procura de um substituto e sua história esbarra na de dois recrutas amigos de infância, Neto (Caio Junqueira) e Matias (André Ramiro), que se destacam pela honestidade. Nisso vemos duas histórias paralelas que só no terceiro ato juntam-se para formar a principal, sempre narradas por Wagner Moura como Nascimento, em ótima forma. Enquanto o Capitão Nascimento faz suas perigosas incursões nas favelas para combater os traficantes com sua equipe, os policiais Neto e Matias lutam para subir na hierarquia da polícia militar e fazer a diferença dentro de uma instituição corrupta. Nascimento acha que bandido tem que morrer e isso é o certo. Matias acha que se deve respeitar a lei e isso é o certo. Os dois estão certos. Certo?

Mas aí começamos a ver muito claramente como realmente funciona a polícia brasileira. Policiais mal pagos, desenganados com seus empregos, que usam a corrupção como parte do sistema. São praticamente uma extensão das quadrilhas e dos bandidos. Também vemos uma classe média e alta coniventes com o tráfico, que o incentivam o financiam, além de acharem que o problema da violência é culpa da polícia e do estado, não deles de dos seus amigos traficantes. Só que não enxerga que são eles mesmos que elegem esse estado e que incentivam essas quadrilhas de traficantes. E no meio está o Bope, uma instituição que usa de meios extremamente questionáveis (como torturas e até assassinatos) para tentar moralizar esse quadro absolutamente distorcido. Cada um lutando para sobreviver ao seu modo no meio dessa guerra.
E quando a história do Capitão Nascimento se encontra com a de Matias e Neto, nenhum dos três mais sabe o que é realmente certo.

Achei absolutamente lindo ver essa realidade estampada na tela de cinema pra todo mundo ver. E ainda mais lindo porque não foi só mostrada de uma forma pesada e desconfortável. O filme é violento sim, mas também tem história. O roteiro mostra como o personagem do Capitão Nascimento lida com seus conflitos pessoais - a morte de um menino que ajuda o tráfico o deixa com ataques de pânico e o fazem voltar até a favela para reaver o corpo do menino para a mãe poder enterrá-lo-, e como ele lida (mal) com a família. O filme explora os sentimentos dos recrutas, como eles se transformam no processo todo.
Além disso o filme também tem ótimas pitadas de humor, porque como bom brasileiro, não poderia deixar de ter. A ironia do Capitão Nascimento ao descrever o processo de corrupção da polícia é impagável. Mas o melhor mesmo é o treinamento dos recrutas para entrar no Bope. Um processo brutal, narrado de forma extremamente engraçada, dando uma leveza necessária, que faz de Tropa um filme muito prazeroso.

Por essa forma honesta e direta como escancara a falta de vergonha na cara em todos os níveis e classes sociais brasileiras, o filme já virou mania nacional. E como toda boa mania, vira base para as brincadeiras mais criativas, como o post do blog abaixo (hilário), ou as piadas do email que recebi:

Blog Ao Mirante Nelson

Email:


CAPITÃO NASCIMENTO é o meu herói!!!!
********************************************

Quando Deus disse "Que se faça a luz!", Capitão Nascimento falou: "Tá de sacanagem, sr. 01? Tá com medinho do escuro, sr. 01?"

Quando Deus resolveu criar o universo foi pedir permissão ao Capitão Nascimento, e ele respondeu: "Senta o dedo nesta porra!".

Quando Bruce Banner fica puto ele vira o Hulk, quando o Hulk fica puto ele vira o Capitão Nascimento.

Capitão Nascimento não lê livros, ele bota eles no saco até conseguir toda a informação que precisa.

As principais causas de morte no Brasil: 1. Ataque do coração 2. Capitão. Nascimento 3. Câncer. A opção 1 é a maior porque a maioria dos bandidos morrem do coração quando vêem o capitão.

Capitão Nascimento perguntou quanto tempo Deus levaria para criar o mundo, Deus disse que levaria 7 dias, então o Capitão. respondeu: "o Sr. É um fanfarrão, Sr. 01! O Sr. tem DEZ, DEZ segundos!".

Capitão Nascimento apostou queda de braço com o Superhomem e quem perdesse teria que usar a cueca por cima da calça.

Capitão Nascimento arrancou a cabeça do highlander a tapas "pede pra sair, pede pra sair, pede pra sair".

Uma vez o Capitão Nascimento e o Chuck Norris saíram na porrada. O episódio é conhecido como "big bang".

Judas não se matou. Ele foi morto pelo Capitão Nascimento, ao prestar o curso do BOPE, depois de ouvir "vc acha que ninguém sabe que vc traiu Jesus? Vc acha que ninguém sabe que vc é corrupto?"

A razão do universo em expansão é porque as galáxias estão fugindo do Capitão Nascimento.
Certa vez, o Capitão Nascimento enfiou uma faca em seu próprio olho. A faca ficou cega.

A roupa do Super-homem era preta até o Capitão Nascimento dizer: "Tira essa roupa preta porque você não é Caveira, vc é moleque!"

O capitão nascimento só dorme de luz acesa, pq o escuro tem medo dele.

No Aurélio a palavra "vítima" está definida como "aquele que encontra o Capitão Nascimento".

Capitão Nascimento dorme com um travesseiro debaixo da arma.

Precisa de mais??? Portanto, levanta a bunda da cadeira e corre pro cinema assistir!!!

See ya!!!!

segunda-feira, outubro 15, 2007

Apagaram a luz da ribalta


Buenas,

Com muita tristeza escrevo esse post sobre a perda de um dos maiores e melhores atores que já se viu nos palcos, telonas e telinhas desse país e, porque não, desse mundo. Eu sempre disse que pagava até para ver Paulo Autran ler a lista telefônica num palco de teatro, porque com ele lendo, com certeza até uma simples e banal lista de nomes e telefones ficaria interessante, tal era o gênio de sua interpretação.

Ele brilhou durante quase 60 anos em uma carreira incrível, com 90 peças teatrais, inúmeros filmes e novelas. Sempre muito versátil, Autran conquistava o público e mostrava o lado humano de todos os seus personagens, mesmo dos vilões que interpretava.

Algumas vezes, tive a honra de encontrar com ele saindo de algumas de suas peças de fui assistir. Sempre cordial e alegre, ele cumprimentava seu público com muita educação e sem ‘estrelismos’. Em outras ocasiões, também tive o prazer de vê-lo na platéia. Em uma dessas, agora não me recordo qual peça, os atores fizeram questão de agradecer a ilustre presença e o público o aplaudiu de pé, fato que o deixou um tanto quanto encabulado.

Esse era Paulo Autran, um verdadeiro artista, um talento. Sentiremos muito mesmo a sua falta.

segunda-feira, setembro 17, 2007

Estranhos Prêmios Emmy


Buenas,

Vocês também assistiram à entrega dos Prêmios Emmy ontem à noite? Também acharam tudo aquilo muito estranho?

Pois é! Pra começar, aquele palco redondo e as pessoas em volta. Os apresentadores e, quem estava falando, ficavam sempre de costas para metade da platéia, o que foi aquilo? Nem eles entenderam e fizeram piadas sobre isso a noite toda.

E aquele número musical em homenagem ao seriado Sopranos? Sacanagem com os gângsters mais bacanas da TV! Eles mereciam mais e melhor. Mas tudo bem, justiça foi feita, o seriado ganhou o Emmy de melhor série dramática.

Também achei algumas escolhas bem estranhas, como a de James Spader de melhor ator em série dramática. Eu sou mais o Hugh Laurie!

Bom, pelo menos uma de minhas séries prediletas, Lost, recebeu um prêmio, para o ator coadjuvante Terry O’Quinn, o nosso John Locke, que fez um discurso muito bacana, tirando um sarro das Desperate Housewives. Também achei bacana o seriado 30 Rock ter ganhado por melhor comédia, porque é muito engraçado e inteligente, porém nem sempre lhe é dado o devido crédito.

Até o Al Gore ganhou um Emmy!! Depois disso, acho que vimos tudo...

See ya!!

quarta-feira, julho 25, 2007

Springfield é aqui!!!


Buenas,


Enquanto não chega a tão esperada versão para a telona do desenho mais sarcástico e politicamente incorreto, mas muito engraçado, da telinha, Os Simpsons, divirta-se navegando e jogando no site do filme:




Primeiro registre-se e crie o seu próprio avatar e aí passeie por Springfield porque você vai se encontrar em lugares inusitados. Os joguinhos também são bacanas.


Aliás, essa aí que vcs estão vendo sou eu, ou melhor, o meu avatar.


Enjoy! See ya!!

segunda-feira, julho 23, 2007

Harry, we miss you already...


Buenas,

Aqueles que me conhecem, sabem que eu sou uma Pottermaníaca de carteirinha (na verdade não tenho carteirinha, mas AMO a série de livros do bruxo que conquistou o mundo todo).

Confesso que começou meio sem querer. Eu estava morando na Austrália quando iam lançar o primeiro filme da série e eu ainda não havia lido nenhum livro. Na época, minha mãe estava de visita lá e vimos o trailer do filme. Quando chegamos no meu apartamento, ela tirou o livro da mala e falou que era bem bacana, que eu deveria ler. Li o primeiro livro e adorei. Acabei vendo o filme e, logo depois, quando estávamos visitando Melbourne, vi o segundo livro pra vender no aeroporto e já comprei pra ler no avião. Aí virou febre. Imediatamente após acabar o segundo livro, tive que comprar o terceiro, que devorei em três dias, e aí já fui atrás do quarto, que já era bem maior que os outros e, mesmo assim, li também em três dias.

Daí em diante foi esperar, como todo mundo, pelos próximos lançamentos, ansiosamente procurando notícias na Internet, fazendo pré-reserva, indo buscar o livro no dia do lançamento e devorando em poucos dias. Com esse último não foi diferente.

Harry Potter and the Deathly Hallows, sétimo e último livro da série, foi o mais especulado e comentado. Será que ela iria matar o Harry? Quem mais iria morrer? Ele iria finalmente derrotar Voldemort? Inclusive é recorde de vendas, segundo o Guardian:

Potter magic smashes publishing records

Na sexta-feira, 20h, lá estava eu na Livraria Cultura pegando o meu exemplar. Hoje, segunda, já li todas as 759 páginas e não, eu não fiquei sem dormir nem passei o tempo todo trancada em casa lendo, mas fiquei boa parte do meu fim de semana lendo sim. Como é uma série infanto-juvenil, o livro é de fácil leitura, não é uma prosa rebuscada ou difícil de digerir.

Bom, quanto ao livro propriamente dito, sei que muita gente não quer que eu estrague o final, e estou desesperada pra que alguém mais termine de ler para que eu possa comentá-lo. Tudo o que eu posso dizer sem estragar as surpresas é que esse é definitivamente o mais movimentado de todos e um pouco exagerado. Acho que J.K.Rowling abusou um pouco da boa vontade do leitor nesse livro, e vai acabar tendo que chamar o Joel Schumacher para dirigir a versão cinematográfica, porque só ele será capaz de ser tão over como ela foi. Mesmo assim, é um prazer mergulhar do mundo de Harry Potter e a cada capítulo ir juntando as partes do quebra-cabeça, prestando atenção aos detalhes criados por Rowling que no final se encaixam e formam as respostas aos enigmas que ela cria.

Preparem-se para a perda de muitos companheiros de Harry, muitos sustos e várias escapadas miraculosas de Harry tanto dos Death Eaters como do próprio Voldemort. Tudo isso, coroado com um duelo final, um clímax pra ninguém botar defeito, a guerra de Hogwarts (onde mais?). Rowling fez um livro final para agradar a gregos e troianos. Eu gostei muito, como de tudo o que diz respeito a Harry Potter, mas meu livro predileto continua sendo Harry Potter and the Order of the Phoenix.


Minha principal questão é a seguinte: e agora, como será a vida sem Harry?

See ya!!!

segunda-feira, julho 16, 2007

O controle e as emoções


Buenas,

O ótimo filme brasileiro Não por Acaso (Brasil – 2007), primeiro longa do diretor de curtas Philippe Barcinski, conta a história de dois homens que vivem matematicamente em vidas controladas que são devastadas por um mesmo acontecimento e a partir daí eles precisam aprender a lidar com suas emoções e enfrentar a cruel realidade que nem tudo pode ser contido e controlado.

Rodrigo Santoro é Pedro, um marceneiro que constrói mesas de sinuca e também joga e Leonardo Medeiros é Ênio, um controlador de tráfego que monitora o fluxo das vias de São Paulo. Ambos vivem suas vidas de forma regrada, dentro das normas que eles mesmo estabelecem para que possam sofrer minimamente. Apesar de nunca se encontrarem ou se conhecerem, são parecidos porque vivem da mesma forma, controlando seus respectivos ambientes.

Quando uma tragédia muda radicalmente a vida dos dois, o acaso mostra que existem coisas que não podem ser controladas e eles perdem o rumo, cada um ao seu jeito. O filme mostra como eles lidam com a perda e com as emoções que antes não faziam parte da vida protegida que levavam. Com um roteiro muito bem argumentado, ótimas atuações e uma direção precisa, Barcinski mostra a que veio. Espero que ele continue aqui fazendo mais filmes como esse.

See ya!!

domingo, julho 15, 2007

Anthony Hopkins Vs. Ryan Gosling


Buenas a todos,

Crime de Mestre (Fracture, EUA – 2007) é um bom suspense de tribunal que constrói uma bela trama durante a primeira metade do filme, mas decepciona na segunda, promovendo uma solução fácil e bem hollywoodiana.

Anthony Hopkins faz o papel de um excênctrico e inteligente milionário que assassina sua mulher por descobrir que ela o estava traindo, e Ryan Gosling é o jovem e ambicioso promotor que pega esse como seu último caso antes de deixar a promotoria para trabalhar em uma grande firma privada, visando ganhar muito dinheiro. Um caso que parecia fácil terá algumas reviravoltas e torna-se uma verdadeira batalha intelectual.

O filme se desenvolve em cima do duelo travado entre os dois e suas consequências. De um lado, Hopkins, como o assassino inteligente e excêntrico e do outro, Gosling, como o jovem, inexperiente e ambicioso. Hummm... será que já vimos esse filme antes?

Sim, já vimos, chamava-se O Silêncio os Inocentes (The Silence of the Lambs, EUA – 1991) e o fato de Anthony Hopkins usar os mesmos maneirismos de Hannibal Lecter nesse personagem torna essa comparação ainda mais inevitável. Muitas vezes fiquei esperando Hopkins pular por cima da mesa e morder a orelha de Gosling. Mesmo assim, os dois são grandes atores e vale a pena vê-los interagir.

Com algumas boas reviravoltas, o filme consegue capturar a atenção e manter o espectador em suspense, mas decepciona um pouco com um final banal.

See ya!!

quarta-feira, junho 27, 2007

Lauryn Hill esquece de adiantar o relógio


Buenas,

Na semana passada, paguei uma nota pra ver o exclusivíssimo show (extra!) da Lauryn Hill aqui em Sampa. Na maior animação, apesar de ter lido em todos os jornais que ela tinha atrasado duas horas e meia na noite anterior, lá fui eu para o Tom Brasil às 22h30, para o show que estava marcado para 22h. E a mulher entrou no palco 0h15.

Então, como ela é casada com um dos filhos do Bob Marley e mora, pelo menos parte do tempo, na Jamaica, acho que ela veio direto e esqueceram de avisar pra ela que precisava adiantar o relógio em duas horas, em função do fuso horário. Foi por isso que ela atrasou mais de duas horas nas duas noites que tocou aqui em São Paulo, ela acho que estava só atrasando alguns minutos. Colou?

Para a platéia que já não agüentava mais esperar, colou sim. Algumas vaias antes dela entrar, mas quando ela pisou no palco, foram só palmas. Eu confesso que se tivesse um ovo ou um tomate, tinha atirado na cabeça dela. Enfim, o começo do show foi fraco. Ela concentrou muito na fase atual, mais reggae, que poucos conhecem e, francamente, poucos gostam. Até esse momento eu ainda estava pensando em como ia pedir meu dinheiro de volta.

Mas aí ela começa a voltar às raízes sou e hip hop e a coisa pegou. Sim, o show pegou fogo, a platéia foi à loucura e eu comecei a ver que valeu a pena ter pago uma fortuna e esperado duas horas pra ver um ícone da música negra norte-americana cantando as músicas do seu auge. Entre seus sucessos solo e os sucessos do Fugees, a casa veio abaixo. Apesar do atraso, da roupa esdrúxula que ela vestia e da voz um pouco rouca (acho que ela estava gripada), ela deu uma aula de hip hop pra ninguém botar defeito.

See ya!!

domingo, junho 24, 2007

David Fincher volta com toque de mestre


Buenas,

O diretor de Seven, Clube da Luta e Quarto do Pânico retorna às telas após alguns anos provando que valeu a espera dos fãs. Zodíaco (Zodiac, EUA – 2007) é um filme baseado em dois livros escritos por um cartoonista do jornal San Francisco Chronicle, Robert Graysmith, que acompanhou a investigação para descobrir a identidade do serial killer que se auto-intitulava Zodíaco em São Francisco.

Os livros descrevem a trajetória dos policiais que cuidaram do caso e dos jornalistas do Chronicle que recebiam as caras do assassino. Após alguns assassinatos em 1969, o assassino começou a se corresponder com os jornais locais e enviar mensagens criptografadas para serem publicadas. O filme mostra os intricados detalhes das investigações que se passaram durante os anos 70 e 80.

Com um roteiro inteligente e extremamente bem amarrado, Fincher deixa o espectador sentado na ponta da poltrona durante quase três horas de filme (e olha de fui assistir numa sessão das 22h e estava bem cansada, mas não consegui desgrudar os olhos da tela). Com ótimos atores como Jake Gyllenhaal, como o nerd Graysmith, Robert Downey Jr como o jornalista estrela alcóolatra e Mark Ruffalo, como o conservador e durão inspetor de polícia, e um elenco de suporte também de primeira, Fincher faz um retrato fascinante mostrando justamente o lado menos glamuroso da história, o lado da polícia tentando reunir provas.

Um dos melhores filmes do ano, com certeza, Zodíaco deixa você entretido até o último minuto e ainda tem um final digno de uma história de vida real. Recomendo: saia de casa agora e vá assistir!

See ya!!

domingo, maio 27, 2007

Selton Melo decifrou a mente de Tarantino!!

Buenas,

Gostaria de dividir com todos algumas pérolas do You Tube que são absolutamente imperdíveis. A primeira é um vídeo de estilo bastante Tarantinesco no qual o Selton Melo explica para o Seu Jorge como ele desvendou o código do diretor de Cães de Aluguel, Kill Bill e Pulp Fiction. Vale muito a pena:

Tarantino's mind

O outro é um hilariante video clipe, produzido pela galera do Saturday Night Live (mas acho que nunca foi ao ar na TV americana, pelo conteúdo explícito) com Justin Timberlake dando um "presente especial" para a namorada no Natal. A letra da música é de chorar de rir e o vídeo é uma cafonice só, parece aquele grupo Color Me Bad dos anos 90, check it out:

Dick in a box

See ya!!!

sexta-feira, maio 25, 2007

Jack is back, and it ain’t all that


Buenas,

Parece inacreditável, mas conseguiram estragar uma fórmula simples de entretenimento garantido.

Piratas do Caribe 3 – No fim do Mundo (Pirates of the Caribbean 3 – At World’s End, EUA – 2007) é um filme extremamente longo, com uma trama confusa e muito elaborada, pouco humor e principalmente com um Capitão Jack Sparrow (Johnny Depp) muito sério.

Se eu gostei do filme. É claro que eu gostei! Não dá pra não gostar de Piratas do Caribe!!!! É divertido sim, mas em comparação com os outros dois filmes, é um fracasso. A trama é muito confusa, intrincada, e o personagem de Jack, que nos outros filmes era cheio de trejeitos e parecia sempre estar bêbado, neste filme está mais estratégico e sóbrio (?!?!?!).

O filme começa com o capitão Barbossa (Geoffrey Rush), Elizabeth Swann (Keira Knightley) e Will Turner (Orlando Bloom) indo atrás de Jack Sparrow, para depois tentar derrotar Davy Jones (Bill Nighy). Enquanto isso a Companhia das Índias, representada por Cutler Beckett (Tom Hollander), conseguiu o coração de Jones (literalmente) e agora controla a tripulação do navio "Holandês voador", onde o pai de Will Tuner serve como marinheiro pela eternidade. E todos os piratas, sentindo que podem ser extintos pela ambiciosa Companhia, resolvem se unir para retomar o controle dos mares.

Com duas horas e quarenta minutos de duração, o filme é completamente TMI (too much information – muita informação), com inúmeras histórias que se entrelaçam e no final ainda deixa uma brecha para o quarto filme. Nem a participação especial do Keith Richards como pai de Jack salva esse filme - ele faz uma ponta pouco expressiva. As piadas são todas por conta dos dois marujos, um sem olho e seu amigo careca, e algumas poucas cenas de Jack falando com sua “consciência”.

O filme é uma super produção com magníficos efeitos especiais e muitas cenas bacanas, mas Jack Sparrow está descaracterizado e há muito drama entre os personagens Will Turner e Elizabeth Swan.

Eu recomendo esperar sair em DVD ou na TV a cabo.

See ya!

segunda-feira, abril 09, 2007

300


Buenas,

Fui assistir 300 nesse feriado e vou resumir o filme pra ficar mais claro pra todo mundo:

300 homens bonitos seminus


Contei 300 piercings dourados no corpo de Rodrigo Santoro


Bocejei 300 vezes e olhei 300 vezes no relógio para ver quando iria terminar o filme


300 braços, 300 pernas, 300 olhos e 300 cabeças decepadas


300 espirros de sangue


300 citações de como a violência e a guerra enobrecem o homem e o tornam livre (de quê, cara pálida?)


300 barrigas tanquinho retocadas por CGI (efeitos especiais)


300 mm é a profundidade do roteiro


300 expressões caricatas dos atores


300 referências homoeróticas no filme


Fui obrigada a ouvir 300 discursos cheios de asneiras e clichês sobre liberdade que não faziam sentido nenhum com a brutalidade e tirania dos dois povos mostrados no filme – Espartanos, aqui retratados como piores que os nazistas; e Persas, imperialistas e tiranos


300 corpos persas empilhados pelos espartanos


300 risadas em momentos intencionalmente sérios do filme, que ultrapassaram o limite do exagerado e ficaram ridículos


300 frases de efeito como: “Tonight, we dine in hell!!”


300 jornalistas e comentaristas que levaram esse filme muito a sério e o compararam com a situação geo-política atual


300 moedas de ouro que caem convenientemente do bolso do traíra, na frente do conselho inteiro, desmascarando-o


300 milhões de dólares que entrarão no bolso do diretor Zack Snyder pelo sucesso do filme
Nunca um título definiu tão bem um filme.

See ya!

terça-feira, abril 03, 2007

Só faltou tocar YMCA


Buenas,

Como boa ‘oitentista’ que sou, estava eu lá no Credicard Hall para assistir a mais um show do Pet Shop Boys. Eu gosto muito dessa banda, uma música dançante e alternativa, com tiradas inteligentes. Em 2004 fui ao TIM Festival, ainda em tendas no Jóquei Clube, e assisti ao show do Pet Shop que terminava uma noite de música eletrônica. Aquele show foi maravilhoso! Eles só tocaram sucessos, com muita batida e remix, estilo show para todo mundo dançar. E todo mundo dançou e cantou junto e o resultado foi uma noite inesquecível.

Já nesse novo show, eu sabia que eles lançaram disco novo e iriam tocar várias músicas que eu não conhecia. Fora que o clima foi completamente diferente, porque uma coisa é fazer parte de um festival e encerrar uma noite de música eletrônica, outra é fazer seu próprio show no Credicard Hall. Dito isso, o show foi bem bacana, altamente divertido, com direito a dançarinos e drag queens no palco. Parecia um show do primo pobre da Madonna, sabe? Uma produção que lembra os shows da Madonna, com dançarinos, cenários/ vídeos e fantasias, só que em escala muito menor e menos elaborada.

Eles tocaram todas aquelas músicas que a gente queria ouvir: It’s a Sin, West End Girls, Left to my Own Devices, Being Boring, Suburbia, Go West e Domino Dancing. E ainda os covers de Always on my Mind e Where the Streets Have no Name, mais algumas novas legais, como I’m with Stupid. Neil Tennant e Christopher Lowe vieram e cumpriram bem seu papel. Pessoalmente, eu dispensaria os dançarinos e drags, que foram ficando ridículos a medida em que o show progredia e eles trocavam de roupa. Teve uma hora que parecia que ia entrar o Village People no palco e cantar YMCA junto com os Pet Shop Boys.

Enfim, música bacana e boas risadas.

See ya!

terça-feira, março 20, 2007

I said I wasn’t gonna loose my head and then POP goes my heart



Buenas,

O título desse post é o refrão de uma música que certamente vai grudar no seu subconsciente como chiclete, bem ao estilo das músicas dos anos 80, se você assistir a comédia romântica Letra e Música (Music and Lyrics, EUA – 2007).

No filme Hugh Grant faz o papel de um músico que fez muito sucesso com poucos hits nos anos 80 e que, depois que sua banda se separou, decaiu enquanto o outro vocalista virou um mega sucesso. Alguém se lembra do Wham!? Essas referências aos anos 80 e seus astros decaídos que voltaram à moda são o que há de bacana do filme. Quem passou por aquela década certamente vai curtir.

O personagem de Grant se envolve com a personagem de Drew Barrymore, eles escrevem uma música juntos e, claro, acabam tendo um romance. O roteiro é típico de comédia romântica hollywoodiana, mas aqui os diálogos são mais inteligentes e as tiradas sarcásticas de Grant estão melhores do que nunca.

Preciso também fazer uma menção especial ao vídeo-clip do grande hit POP (claro, eu tive que incluir a foto tosca), que é uma das coisas mais hilárias que já fizeram. É diversão light sim, mas com graça e sem ofender a inteligência e a cultura do espectador. O que mais se pode querer de uma tarde de domingo?

See ya!

sábado, março 17, 2007

We could be heroes just for one day


Buenas,
Desculpem a ausência, mas às vezes a vida atrapalha, sabe? Agora que consegui sentar em frente ao computador e pensa um pouco, queria falar sobre o seriado que é o mair hype do momento, Heroes. Quando estreou nos EUA ouvimos falar um monte. Nem tinha terminado a primeira temporada e o seriado já estava concorrendo a vários Globos de Ouro. As críticas lá de fora eram unanimamente positivas.

Eis que agora no início de março, Heroes chegou às telas tupiniquins. Nossa, tivemos que ver propagandas e programas especiais sobre o seriado desde janeiro, tudo para aumentar nossa ansiedade com o programa. Finalmente chegou a estréia e eu, é claro, estava grudada na TV. Confesso que, após terminar de assistir ao terceiro capítulo, não estou tão impressionada. Eu sei, é bem começo, é preciso esperar os personagens se desenvolverem um pouco, mas discordo de todos que dizem que Heroes é muito melhor que Lost, porque o início de Heroes é meio chato, enquanto Lost já pega vc pelo cabelo desde o primeiro minuto. Não dá pra comparar. As duas séries tem elementos sobrenaturais, mas Lost é muito mais intrigante e cativante, além de melhor produzida.

Não que Heroes seja ruim, mas também não é tão maravilhosa nem tão viciante quanto Lost. A série tem seus méritos, como o personagem Hiro, de Masi Oka, que é absolutamente o que há de bom no seriado. Ele é "O Nerd", sim o cara mais nerd do universo e mesmo assim ele é carismático e engraçado, chegando a ser fofo. O júri ainda não deu seu veredicto sobre os outros personagens, mas Hiro é definitivamente o melhor de Heroes.

See ya!

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Oscar Report – Pequenas crianças e pecados íntimos


Buenas,

Sabe o que dá o cruzamento da série de televisão Desperate Housewives com o filme Beleza Americana (American Beauty, EUA - 1999)? Sim, a resposta é o bacaninha Pecados Íntimos (Little Children, EUA, 2006) do ator/ diretor Todd Field, estrelado pela ótima Kate Winslet, que concorreu ao Oscar de melhor atriz pelo papel. O filme começa e se desenvolve muito bem, num ambiente de Desperate e com uma narração muito similar, mas com os valores de Beleza Americana.

Winslet interpreta uma dona de casa e mãe frustrada em um subúrbio de classe média americano que se envolve com um pai também frustrado por diferentes razões. Ela é uma mulher inteligente e irônica que precisa lidar diariamente com a filha mimada e as donas de casa medíocres do bairro. Ele, um bonitão que não deu certo na carreira e vive do dinheiro da mulher, controlado por ela, sem saber que rumo dar à sua vida. Os dois se encontram no parquinho e na piscina pública e acabam desenvolvendo uma amizade que vira um caso.

Paralelamente, eles não só precisam lidar com seus filhos e respectivos esposos, mas também com os vizinhos metidos, alguns quase psicóticos, como um ex-policial, e com o fato de um pedófilo ter voltado a morar na comunidade, na casa da mãe, após cumprir sua pena. Tudo isso se mistura em uma história que é crítica e sensível e tinha tudo para dar certo como uma bela visão da hipocrisia suburbana americana.

** SPOILER ALERT – Alerta para quem não quer saber sobre o final do filme **

No entanto, however, porém, todavia, o filme desanda no final. Começam a acontecer coisas que não são plausíveis para aqueles personagens, que os atores só estão fazendo porque está escrito no roteiro.

Por exemplo, quando a personagem de Winslet vê o pedófilo na piscina pública, durante o dia onde há dezenas de pessoas por perto, ela expressa medo e segura sua filha no colo, como se a estivesse protegendo. Mas perto do final do filme, ela leva a filha a um parquinho à noite, onde está tudo deserto, quando chega o pedófilo chorando e senta num banquinho. Sério, ela iria se aproximar do cara que tem medo, á noite, sozinha, pra perguntar se está bem se não estivesse escrito no roteiro?

Ou o ex-policial teria ido até o parquinho e encontrado o pedófilo se não estivesse escrito no roteiro? Ele foi procurar o cara na casa dele, não encontrou então foi diretamente para o parquinho, sem saber se o cara estaria lá, foi sorte?

Esse tipo de incongruência aparece quando o roteiro não flui, quando a história é forçada a tomar um caminho que não é natural. E o final é justamente isso, um pastiche politicamente correto que não combina com o resto do filme. Todo mundo se redime de seus “pecados”. Bleargh

See ya!

Oscar Report – A busca da felicidade é cheia de desgraças


Buenas,

Outro que concorreu ao Oscar de melhor ator, mas não ganhou, foi Will Smith no papel de Chris Gardner em À Procura da Felicidade (The Pursuit of Hapyness, EUA, 2006). O filme é baseado na história real de um vendedor de São Francisco que, no final dos anos 70 e início dos 80, passa por dificuldades financeiras, ao mesmo tempo em que sua mulher o abandona com o filho pequeno.

Típico filme “auto-ajuda”, Procura mostra uma história de superação, com o personagem principal passando por todos os tipos de provação antes de conseguir se estabelecer financeiramente, tudo isso enquanto cria seu filho sozinho. Supostamente é pra todo mundo chorar no final, mas eu já queria chorar antes da metade do filme.

Dirigido pelo italiano Gabriele Muccino (o mesmo do bom, porém angustiante filme L’Ultimo baccio de 2001), o filme mostra como Gardner usou criatividade e jogo de cintura para superar inúmeras dificuldades. E são inúmeras, incontáveis. Durante as duas longas horas de filme, o cara passa por tudo o que um ser humano é e não é capaz de passar. Muccino transforma a história de superação em algo tão pesado e angustiante que quase saí no meio do filme porque não agüentava mais ver tanta desgraça acontecendo com o cara.

** SPOILER ALERT – Alerta para quem não quer saber sobre o final do filme **

Claro, qualquer um de sabe algo sobre o filme, sabe que o cara se dá bem no final. Só que essa parte não é mostrada. Procura acaba quando oferecem um emprego à Gardner, como se só isso resolvesse todos os problemas da sua vida. Não há nenhuma colher de chá para os espectadores, é só desgraça e, a partir do emprego, a gente supõe que ele tenha se dado bem. Mas como é que o cara que foi tão azarado por tanto tempo (porque não só ele tinha problemas financeiros, mas ele só tinha problemas, o cara era um ímã de azar) resolve tudo com uma oferta de emprego? Sei lá, ficou faltando alguma coisa.

See ya!!

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Oscar Report – Helen Mirren faz bonito como Elizabeth II


Buenas,

O Oscar já passou, mas continuo comentando filmes indicados e premiados, como é o caso de A Rainha (The Queen, UK – 2006), que traz Helen Mirren no papel da soberana inglesa na época da morte da princesa Diana, mostrando os bastidores do governo inglês lidando com a tragédia.

Acho que uma das coisas mais difíceis de se fazer é interpretar uma pessoa contemporânea, que está viva (uma coisa é biografia de Mozart, ninguém vai saber se é fiel à pessoa ou não) e ainda alguém tão famoso como a atual rainha da Inglaterra. Por isso achei o prêmio de melhor atriz de Helen Mirren merecido, assim como foi o de Jamie Foxx por interpretar Ray Charles, há dois anos.

Com base nos fatos reais que giraram em torno da morte da princesa Diana, Stephen Frears dirige um filme coeso e instigante, mostrando o ponto de vista da família real. Além de entrar na intimidade de uma família que todos gostariam de conhecer, o filme também mostra o choque de valores da rainha com os do povo e do novo primeiro ministro, Tony Blair. Aliás, Michael Sheen também está perfeito no papel de Blair.

Pessoalmente, eu gostei muito da rainha. Talvez porque eu seja uma das poucas pessoas no mundo que não consigam entender a fascinação das pessoas com a princesa Diana. Nunca ficou claro o que ela realmente fez de bom pra humanidade e a morte dela não causou impacto nenhum na minha vida. E coincide que a visão que eu sempre tive dela é a mesma que a família real inglesa tem, de acordo com esse filme.

Com boas interpretações, roteiro preciso e agradáveis 100 minutos de duração, o filme é um oásis no meio de tantas super-mega-hiper-produções americanas longuíssimas e incoerentes.

See ya!!

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Oscar Report - A noite de Marty Scorsese!!!


Buenas,


Ontem, graças a um bom livro que eu estou lendo (Desvarios no Brooklin de Paul Auster) consegui sobreviver à cerimônia inteira de entrega dos prêmios Oscar. Graças a Deus pela tecla SAP, consegui ouvir o som original! Mas a festa é muito longa, cheia de montagens e homenagens que só interessam aos membros da Academia, portanto uma premiação um tanto quanto penosa de assistir todos os anos, pois a nós mortais só interessam os prêmio sobre os quais entendemos - filme, música, direção, cinematografia, atuações.


Enfim, ontem foi a noite de Martin Scorsese. Finalmente ele ganhou o Oscar de melhor diretor e Os Infiltrados ganhou melhor filme do ano. Mais do que merecido. Eu já tinha dito nesse blog que esse filme já nascia clássico e acho que era o melhor entre os cinco filmes concorrentes.


Algumas surpresas na noite, como Alan Arkin ganhando prêmio de ator coadjuvante por Pequena Miss Sunshine (deveria ter sido o Eddie Murphy por Dreamgirls), El Laberinto Del Fauno NÃO ganhar melhor filme estrangeiro (??????????) e nenhuma das músicas de Dreamgirls ganhar melhor canção, que foi para Melissa Ethridge e sua música para o documentário Uma Verdade Inconveniente.


Também, não entendi um Oscar que deram a uma produtora de Hollywood por seu trabalho humanitário, alguém pode explicar? Criaram agora uma nova categoria e ano que vem quem vai ganhar é a Angelina Jolie? Muito estranho....


Pelo menos, nesse ano, a Academia acertou e premiou o melhor filme, pra variar um pouco ;-)


See ya!

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Oscar Report – Mais um filme americano de guerra, só que falado em japonês


Buenas,

Após longas, longas e longas horas, consegui assistir Cartas de Iwo Jima (Letters from Iwo Jima, EUA - 2006), filme de Clint Eastwood sobre a famosa batalha da Segunda Guerra, vista da perspectiva japonesa. Sim, longas horas porque o filme tem desnecessários 140 minutos. Já comentei no post abaixo e volto a dizer, pra quê os americanos insistem em fazer esses filmes super longos?

Antes de começar a dizer tudo o que penso sobre esse filme, preciso esclarecer algumas coisas. Eu gosto do Clint Eastwood. Amei Sobre Meninos e Lobos (Mystic River, EUA – 2003) e também Os Imperdoáveis (Unforgiven, EUA – 1992), mas detestei Menina de Ouro (Million Dollar Baby, EUA – 2004). Ou seja, no caso do diretor, a opinião é imparcial, porque sei que ele faz filmes ótimos e outros nem tanto e Cartas faz parte dessa segunda categora (que me desculpem novamente os críticos, mas não gostei).

Mas Cartas de Iwo Jima é um filme de guerra americano. Só que falado em japonês. A idéia por trás desse filme foi mostrar o outro lado dessa batalha. Eastwood estava filmando A Conquista da Honra (Flags of our Fathers, EUA, 2006) e, durante a pesquisa para o filme, lendo as cartas que os soldados de Iwo Jima haviam escrito, resolveu mostrar o “outro lado”. O conceito é bom, ele quis mostrar a humanidade dos dois lados e como não há realmente um inimigo em uma guerra, que somos todos parecidos. Mas o resultado na tela é mais um filme americano de guerra.

Há algum tempo eu havia decidido (logo após ver O Resgate do Soldado Ryan, Saving Private Ryan, EUA - 1998) que não iria mais ver filmes de guerra americanos. Sinceramente não tenho mais estômago pra ver gente sendo destroçada (literalmente aos pedaços) durante combates e no final tudo se justificar porque os americanos estão defendendo o princípio da liberdade. Tá bom.

Apesar de tentar não cair nessa armadilha, Eastwood acaba mostrando uma guerra entre muita gente boazinha e honrada, que também parte do princípio que a guerra acontece por razões nobres, o que não é verdade. Além disso, o filme é desnecessariamente longo e um pouco absurdo. Segundo o filme, quando os japoneses estavam perdendo uma batalha, os soldados que sobravam não continuavam lutando, eles se matavam. Tem uma cena que mostra sete ou oito soldados japoneses se matarem com granadas. Cada um pega uma granada, solta o pino e aperta contra o peito, e nós vemos um monte de carne explodir pra todo lado. Sério, ele precisava mostrar um por um? Só um já dava uma idéia, né?

Fora que deve ter sido a batalha mais fácil do mundo para os americanos porque, segundo o filme, os japoneses não tinham água nem comida há dias, quando começavam a perder eles se matavam, além de serem bonzinhos e do comandante deles adorar os Estados Unidos. Então Clint, agora conta aquela do padre e do rabino.

See ya!!

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Oscar Report – Dreamgirls: Muita música e pouco filme


Buenas,

Um dos grandes concorrentes a prêmios Oscar desse ano é o filme Dreamgirls (EUA, 2006), com oito indicações. Esse fato impressiona a primeira vista, mas se levarmos em consideração que não concorre a melhor filme, melhor diretor, atriz e ator principais, já dá pra perceber que Dreamgirls não é uma obra prima. E realmente não é.

Dirigido por Bill Condom (o mesmo do premiado Chicago), o filme narra a trajetória de um grupo de cantoras americanas, desde os anos 50 até os 80, inspirado na história real de Diana Ross e The Supremes. Assim como no musical Chicago, o visual é deslumbrante – boas tomadas de câmera e figurinos maravilhosos, além de ter muita música boa. Mas o roteiro de Dreamgirls é cheio de furos, pequenas falhas que deixam o espectador confuso e aborrecido. Muitas transições e cortes do filme não fazem sentido, deixando a história cansativa e as atuações um tanto quanto estranhas. Nem vou falar do final, que é absolutamente nauseante.

Para quem gosta de Soul e R&B, as músicas do filme são ótimas. Bem, quase todas. A produção poderia ter economizado em tempo e em músicas, cortando uns 40 minutos de filme e umas três músicas desnecessárias. (Aliás, que acontece em Hollywood, os produtores ganham por minuto de filme? Nunca vi, filmes cada vez mais longos e bem chatos)

Justamente nas músicas é que dá pra perceber nitidamente a diferença de uma estrela como Beyoncé e uma candidata frustrada a American Idol como a Jennifer Hudson. A primeira canta, enquanto a segunda grita. Uma música em particular cantada por Hudson, “I am changing” é uma verdadeira tortura. É melhor ela se concentrar na carreira de atriz mesmo, e nem nisso ela é tão boa assim.

Fora a mediana Jennifer Hudson (desculpe a crítica, mas eu não achei ela nada disso), Beyoncé está linda como sempre e o ganhador do Oscar Jamie Foxx está péssimo (O que aconteceu com ele? Ganhou o Oscar e agora acha que não precisa mais se esforçar pra atuar?). O ponto alto do filme é a atuação de Eddie Murphy como James “Thunder” Early, personagem inspirado em James Brown. Esse sim, será um Oscar merecido. Murphy, que sempre faz comédias e filmes de ação, mostra aqui um lado mais profundo e sensível, principalmente quando a carreira de seu personagem começa a decair. Ele transmite a frustração e a derrota só com o olhar, provando que é ator de primeira linha.


See ya!!

Oscar Report - TIA – This is Africa, again


Buenas,

Outro dia assisti o ótimo filme O Último Rei da Escócia (UK, 2006), dirigido por Kevin MacDonald e estrelado por Forest Whitaker e James McAvoy (para quem não sabe, ele era o fauno em Crônicas de Nárnia, não que isso seja bom para o currículo).

O filme mostra o governo do ditador Idi Amin Dada, na década de 70 em Uganda, do ponto de vista de um jovem médico escocês que se tornou seu médico pessoal.

No final do filme, eu lembrei muito de Diamante de Sangue, especialmente da frase do personagem de Di Caprio, - “TIA – This is África”, usada sempre que são apontadas as mazelas e absurdos da sociedade em Serra Leoa. A Uganda de Idi Amin também é como um país em guerra – fome, pobreza, violência e populismo reinam no meio do caos. Acho importante que esses filmes estejam surgindo agora, assim como foi o caso de O Jardineiro Fiel no ano passado e Hotel Ruanda há dois anos, alertando as pessoas para uma situação que não pode mais continuar.

Voltando ao filme, o jovem e iludido médico escocês (aliás, McAvoy está ótimo no papel) acaba conhecendo o ditador por acaso e o impressiona com sua competência sob pressão. Ele passa a fazer parte do governo do ditador, alheio ao que realmente acontece no país, até que ele começa a descobrir a forma como Amin lida com seus desafetos, que são inúmeros.

No início, Amin conquista o médico (e espectador) com um charme inigualável. Ele é inteligente, engraçado e cativante. No decorrer do filme, a brilhante atuação de Whitaker mostra um Amin humano e ao mesmo tempo apavorante e monstruoso, sem nunca perder o charme inicial. Idi Amin é um daqueles psicopatas que seduzem e Whitaker o faz de forma tão sincera que ele realmente merece muitos prêmios por essa atuação.

O filme é bem educativo e divertido ao mesmo tempo, sem deixar de ser pungente. Boas atuações + um roteiro sólido e enxuto que deixa o espectador sempre interessado, é a fórmula vencedora do filme, coisa rara em filmes americanos da atualidade.

See ya!!

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Falar mal do Bush faz bem pra carreira


Buenas,

Parece que falar mal do George W. Bush faz bem para a imagem, para a carreira e também para a saúde! Foi isso que comprovaram as Dixie Chicks na cerimônia de entrega dos prêmios Grammy ontem à noite, levando 5 das principais categorias, incluindo Álbum do Ano e Canção do Ano.

Para quem não sabe ou não lembra, as Dixie Chicks, grupo moderninho, só de meninas de música country americano, declararam em um de seus shows em 2003, que estavam envergonhadas pelo fato do presidente Bush ser texano, assim como elas. Na época, esse comentário rendeu o maior bafafá. Como a maior dos fãs de country nos EUA é gente branca de cidades do interior do país, votantes do Sr. Bush, muitos boicotaram a banda e fizeram cerimônias públicas de destruição dos CDs das meninas. Naquela época, para grande parte da população americana, quem era contra a guerra, era a favor dos terroristas e elas foram até ameaçadas de morte!

Foi um período ruim para elas. No início elas tentaram negar e jogar panos quentes, mas depois assumiram a postura anti-Bush e voltaram com um novo disco melhor ainda que os anteriores. Não sou fã de música country, mas as as garotas de Dixie tendem para o pop/rock e algumas coisas são bem bacanas. O mais recente CD, premiado com Grammy de Álbum do Ano, “Taking the long way” (Usando o caminho mais longo) e a música que ganhou Canção do Ano, “I ain’t ready to make nice” (Não estou pronta para fazer as pazes), traz a controvérsia de volta à tona. E pelos Grammy’s que ganharam ontem, valeu a pena.

Por isso, mesmo não sendo fã de country, digo “Viva as Dixie Chicks e abaixo o George Bush!!!”

Fora toda a controvérsia, a cerimônia até que teve algumas apresentações legais e o melhor da noite, é claro, foi a reunião do The Police, banda antológica dos anos 80, que eu amo de paixão!

Depois disso, precisava mais alguma coisa?


(eu acho que não, mas ainda teve Mary J Blidge ganhando merecidos prêmios de R&B, Justin Timberlake trazendo sexyback, Red Hot Chilli Peppers tocando sei-lá-o-quê, Christina Aguilera fazendo cover do James Brown e tantos outros, até Lionel Richie cantando "Hello", pode?)

See ya!!

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

WA WA WEE WA!!! – A grande pegadinha


Buenas,

Na terça fui à pré-estréia da comédia mais esperada dos últimos tempos – Borat – Cultural Learnings of America to Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan (UK, 2006). Desculpem, eu me recuso a usar o título em português porque é bastante imbecil e não tem nada a ver com o original. Aliás, isso deve dar um post a parte, já que os títulos de filme aqui no Brasil são um terror, nunca têm nada a ver com o original e tentam descrever o filme.

Enfim, voltando para o Borat. No melhor estilo pegadinha, devo dizer que esse é uma das melhores comédias já feitas, lembrando muito os pastelões engraçados e inteligentes do Peter Sellers (Um convidado bem trapalhão e A pantera cor de rosa).

O primeiro ‘mockumentary’ (uma expressão que une gozação – mocking – com documentário – documentary) da história, o filme mostra um repórter do Cazaquistão que é enviado para os EUA para fazer matérias e aprender sobre a cultura deles. Na verdade Borat é um dos personagens do ótimo Sacha Baron Cohen, um comediante inglês que já criou Ali G, um apresentador de programa de entrevista branco metido a gangsta rapper e extremamente burro, e Bruno, um repórter gay de moda austríaco que irrita todos os seus entrevistados. Todos os tipos dele são sensacionais, mas o legal é que quando ele encarna o tipo, ele dá todas as entrevistas e só aparece como se fosse o personagem.

Como Borat, Cohen mostra um Cazaquistão inventado, um país atrasado que mais parece uma paródia estilo TV Pirata. Ele vai para os EUA e filma diversas reportagens e interações com americanos insuspeitos, que realmente acreditavam que estavam participando de um programa de TV do Cazaquistão. Tanto que, muitos desses caras que aparecem no filme estão processando Cohen e pedindo indenizações (claro, se o filme tivesse sido um fracasso, os caras não estavam nem aí, mas como é um tremendo sucesso e está fazendo milhões...)

Quando interage com os americanos, Borat se mostra um racista com costumes absurdos. No início, as pessoas aceitam e até concordam, mas quando ele exagera as pessoas acabam chamando a polícia. O filme provoca e, ao mesmo tempo em que tem um humor ácido e uma crítica social, tem cenas de humor pastelão, patéticas, como a arrebatadora luta de Borat com seu produtor, ambos pelados em um hotel. É impagável, de passar mal de rir.

Very naaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaice!

See ya!!!

PS – Vale lembrar que Borat já era um personagem do programa do Ali G e muitas de suas entrevistas que podem ser vistas no http://www.youtube.com/ não estão no filme.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Um prazer inesperado


Buenas,

Lá estava eu ontem em casa, mudando de canal para ver o que assistir depois de American Idol, quando me deparei com uma preciosa surpresa na HBO - o filme Espanhol/Cubano Habana Blues (2005) estava começando a passar.

O filme conta a história de dois músicos cubanos, Ruy e Tito, grandes amigos que cresceram tocando juntos e buscam uma oportunidade de mostrar suas músicas. Enquanto eles preparam seu primeiro grande show em um teatro histórico, quase abandonado, em Havana, eles conhecem produtores espanhóis que procuram talentos desconhecidos para lançar no mercado espanhol. Além deles mostrarem sua música para os espanhóis, acabam mostrando várias outras bandas, uma cena musical de Havana que tem desde rock pesado, hip hop, pop e salsa.

Habana Blues mostra as vidas dos dois, seus relacionamentos com as respectivas famílias, sua luta por serem músicos e a amizade que desenvolvem com os espanhóis. Unido boa música, alto astral e sensibilidade, o filme mostra um outro lado de Cuba que pouco tem a ver com o regime comunista.

As bandas são muito bacanas e as músicas do filme realmente encantam. Mas não é só isso que faz de Habana Blues uma delícia. A história também mostra como as nossas escolhas que nos levam a lugares inusitados na vida são o que nos definem e nos tornam únicos.

Fui dormir feliz ;-)

“Yo nací Orishas en el underground, oye si de cayo hueso si tu bare.”

“Represent, represent,
Cuba, orishas underground de havana
represent, represent
Cuba, hey mi musica”

See ya!!!

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Much ado about little, ou muito barulho por pouco


Buenas,

Finalmente chegou às telas tupiniquins a mega-produção de 2007 do diretor mexicano Alejandro González-Iñárritu, Babel. Antes de qualquer coisa, devo dizer que eu ADORO esse diretor e seu trabalho. Achei os filmes Amores Perros e 21 Gramas sensacionais e já fui assistir Babel com uma grande expectativa pela qualidade dos trabalhos anteriores do diretor. Além disso, somou-se a expectativa de vários críticos que o colocaram como o melhor filme do ano, e outros o pior. Quando um filme é amado ou odiado, é ótimo, quer dizer que é bom e controverso.

No entanto, não achei nada disso. Confesso que achei bem mais ou menos. É bem triste eu dizer isso de um diretor que prezo tanto, mas achei esse o seu filme mais fraco, sem a intensidade dos outros dois. Claro, Babel não é uma porcaria total, longe disso, é um bom filme, uma super produção mesmo, realizada em vários países e em várias línguas. Só para conseguir filmar em locações remotas, com atores profissionais e amadores, em diferentes línguas, Iñárritu já merece um prêmio. Mas me surpreendeu porque das três histórias, só uma foi mais desenvolvida, nas outras duas só acontece o que está na sinopse.

Então lá vai a sinopse: um casal americano em férias no Marrocos para resolver problemas conjugais enfrenta uma situação aterradora quando a mulher é baleada por um rifle no interior do país onde não há hospitais próximos. Enquanto isso, a babá mexicana cuida dos filhos desse casal na Califórnia e decide levá-los até o México para o casamento de seu filho quando não encontra ninguém para cuidar das crianças na ausência dos pais e, é claro, tudo dá errado. Brad Pitt e Cate Blanchett fazem o casal americano, o que achei um desperdício de bons atores. Adriana Barraza, ótima atriz mexicana de Amorer Perros que está indicada ao Oscar por esse papel, faz a babá das crianças e Gael García Bernal (também sub-aproveitado como ator) faz seu sobrinho.

A terceira história, conectada às outras duas por um link tão fraco que era melhor nem existir, é a mais interessante de todas e a mais bem desenvolvida. Uma adolescente japonesa surda-muda, frustrada com a solidão em que se encontra após a morte da mãe, busca consolo nos braços de algum homem que possa tirar sua virgindade. Essa história sim valeria um filme inteiro e é a que vale a pena ir até o cinema conferir.

Aliás, não é à toa que Barraza e Kikuchu são as únicas a concorrer a Oscar nesse filme, porque são as únicas que realmente têm o trabalho de atuar. Os outros, apesar de bons atores, só enfeitam. Acho que o intento de Iñárritu em mostrar que tudo é interligado no mundo, provar o famoso ‘efeito borboleta’ acaba falhando no final. Uma pena.

That’s all

See ya!

terça-feira, janeiro 30, 2007

Para desopilar o fígado




Buenas,

Na semana passada, fui assistir ao engraçadíssimo monólogo do ator Marcelo Médici, em cartaz no Teatro Frei Caneca em São Paulo, Cada um com seus pobrema. O ator, que já fazia alguns desses personagens na Terça Insana, interpreta oito personagens diferentes e completamente inusitados – uma empregada doméstica; Sanderson, o corintiano; a Smurfete; ator/surfista da novela das sete; mãe de santo que recebe o espírito da Branca de Neve; Dona Yumi, coreana com nome de japonesa; Tia Penha, apresentadora infantil sádica; e o último mico-leão-dourado, que é gay.

A partir de uma conversa com a platéia sobre a vida de ator, ele vai encarnando um por um dos personagens, com um figurino prático que é mudado no palco mesmo. O humor inteligente, escrachado e deliciosamente politicamente incorreto de Médici faz com que seja impossível não rir o tempo todo. Ele é tão versátil que a cada personagem muda seu tom de voz e seu sotaque, mostrando facetas muito diferentes.

Diversão garantida.

That’s all

See ya!

Mais estranho que a ficção


Buenas,

Com um belo elenco e uma história engraçada, o filme Mais Estranho que a Ficção é um prazer cinematográfico que recomendo a todos. Dirigido por Marc Foster, o filme bebe na mesma fonte das obras do roteirista Charlie Kauffman – Quero Ser John Malkovich, Adaptação, Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças – com uma história que mistura elementos surreais e acaba encantando pela delicadeza e humor inteligente.

Will Ferrel é Harold Crick, um agente da receita federal americana que tem uma rotina diária chata e imutável e um dia começa a ouvir a voz de uma mulher que narra a vida dele como se estivesse escrevendo um livro. Por outro lado descobrimos a escritora Kay Eiffel (Emma Thompson em ótima forma), angustiada porque não consegue terminar o seu livro sobre Harold Crick.

A narração acaba mudando a vida do personagem e proporciona algumas das cenas mais engraçadas que vi no cinema ultimamente - um bom exemplo é a foto acima, quando ele acha que a escova de dente que ele está usando está falando com ele. Com a ajuda de Dustin Hoffman, no papel de um professor de literatura, Crick acaba descobrindo sua autora enquanto se apaixona por uma de suas ‘vítimas’ de auditoria, a excelente Maggie Gyllenhaal como uma confeiteira que se recusa a pagar impostos para sustentar as guerras do presidente Bush.

Com personagens ricos de complexidade e delicadeza, ótimas atuações, cenas bem engraçadas e uma trilha sonora maravilhosa, o filme é um prazer em todos os sentidos.

That’s all

See ya!

terça-feira, janeiro 23, 2007

Academia (quase) acerta nas indicações desse ano


Buenas,


Hoje foram anunciados os filmes, diretores, atores, etc, indicados ao Oscar desse ano. Fiquei bem feliz com as nomeações porque, apesar de não ter visto todos os filmes que concorrem ou concorreriam (ainda não estão passando no Brasil), eu sabia que musical como Dreamgirls, com Beyonce como atriz principal não merecia uma indicação, apesar de toda a propaganda que fizeram em cima desse filme. A lista completa de nomeações está no link abaixo:

Oscar Nods - People magazine

Adorei principalmente o fato de um filme independente e diferente como Little Miss Sunshine ter sido reconhecido pela Academia, um fato raro mas que vem acontecendo nos últimos anos.


Agora, fiquei ABSOLUTAMENTE CHOCADA porque Volver do Almodóvar não entrou na disputa de melhor filme estrangeiro. Tudo bem que o favorito é o Laberinto del Fauno, mas Volver merecia uma indicação.


Agora é esperar pela looooooonga noite de 25 de fevereiro pra ver quem vai ganhar. Eu aposto minhas fichas em Scorsese como Melhor Diretor, afinal, já não era sem tempo!!!


See ya!


terça-feira, janeiro 16, 2007

Babel, Borat, Betty – Globo de ouro empacou na letra B


Buenas,

Ontem vimos a entrega dos Golden Globes, com algumas surpresas e outros que já tinham seu nome no prêmio, mas a cerimônia não foi tão divertida como em outros anos. Talvez porque sempre que eu queria ouvir os caras falando, vinha a voz do Rubens Ewald Filho interrompendo com comentários perfeitamente dispensáveis. Tudo bem, o cara entende de cinema, mas é um saco esse negócio de dublagem, ainda mais dublagem de última hora, quando ele perde e/ou atropela todas as piadas e comentários mais interessantes. Tomara que a Warner não receba os direitos de transmitir o Golden no ano que vem...

Enfim, fora essa chatice, a premiação teve poucas surpresas e foi bem tranqüila.
Lista de vencedores - People magazine


Gostei muito de Hugh Laurie ter ganho novamente por sua atuação em House, que é um dos melhores seriados da TV no momento. Claro que Grey’s Anatomy iria ganhar por melhor drama, a série é muito boa. E Alec Baldwin também mereceu seu globo, já que ele é um gênio cômico e, apesar de ter assistido poucos episódios de 30 Rock, acho ele engraçadíssimo. Uma das surpresas foi a novidade Uggly Betty ter ganho melhor série de comédia e melhor atriz para sua protagonista, América Ferrara. Essa série entra naquele âmbito de Heroes, ainda não vi, mas já gostei.

Passando pra parte de cinema, nada muito extraordinário aconteceu. Martin Scorsese ganhou seu prêmio merecido. No entanto, Babel ganhou como melhor filme. Difícil dizer qualquer coisa porque o filme ainda não estreou aqui, mas se julgar pelos trabalhos anteriores do diretor Alejandro González-Iñárritu, deve ser um filme excepcional. Um dos pontos altos da noite foi Sasha Baron-Cohen ganhando o prêmio de melhor ator cômico por Borat. Eu já adorava o ator como Ali G e acho que Borat realmente transcende a comédia comum. Fora que o discurso escatológico dele foi o melhor da noite!

Algumas menções divertidas sobre a moda da cerimônia valem a pena uma nota. O comentarista do E! e coordenador das sessões de foto do programa America’s Next Top Model, Jay Emanuel, ganhou o prêmio nonsense da noite ao explicar que os vestidos vintage estavam na moda: “old is the new new” foi a frase sensacional do cara. Pra variar, a Sharon Stone estava mal vestida e eu achei a Beyonce meio exagerada, mas ela é linda de qualquer jeito. Os vestidos mais bacanas: Eva Longoria, Drew Barrimore, Penélope Cruz, J Lo, América Ferrera, Jennifer Garner e Angelina Jolie.
Nem vou comentar a Cameron Diaz....

E como diria Miranda Priestly, That’s all.

See ya!

segunda-feira, janeiro 15, 2007

É hoje que hollywood vira ouro!!

Buenas,

Hoje é noite de Golden Globes, a premiação mais bacana de hollywood porque junta cinema e TV numa apresentação rapidinha (sem showzinhos chatos e encheção de linguiça) na qual os caras recebem os prêmios e agradecem, só que como já começaram a beber faz tempo, porque os Globes são um jantar, os agradecimentos são bem mais divertidos que em outras cerimônias de apresentação.

Tenho minhas apostas, é claro, mas fica difícil escolher quando mais da metade dos filmes que estão concorrendo ainda não passaram aqui (p* fim de mundo do c@, quando vão começar a trazer os filmes pra cá??). Na categoria melhor filme drama, eu só vi The Departed, então é óbvio que ele é meu preferido, né? Mas acho que ganha Babel ou The Queen, só pelo hype que estou ouvindo dos críticos. Mas se Departed ganhar vou ficar bem feliz :-)

Também queria muito que o DiCaprio ganhasse algum prêmio, tanto faz o filme, já que ele concorre por dois. Ele está ótimo nos dois! Na categoria comédia há quase um consenso que Meryl Streep deva ganhar por Prada e Johnny Depp por Pirates. E eu concordo em gênero, número e grau. Vamos ver, né?

Além da premiação-direto-ao-ponto e os discursos engraçados, também adoro ver as modas, por isso já começo duas horas antes da cerimônia a acompanhar o Red Carpet pelo E! Que horripilança será que a Sharon Stone estará usando hoje? hehe

See ya!!

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Di Caprio é quem brilha em filme sobre diamantes


Buenas,

Ontem fui assistir ao filme Diamante de Sangue (Blood Diamonds, EUA – 2006) filme que se passa em Serra Leoa, 1999, quando o país passava por uma guerra civil entre o exército e um grupo de rebeldes que diziam buscar liberdade para o povo mas, na verdade, buscavam diamantes para ganho próprio (alguém lembrou da FARC?).

O filme conta a história de Danny Archer (Leonardo DiCaprio), um mercenário do Zimbábue, e Solomon Vandy (Djimon Hounsou), um pescador, que se cruzam na prisão e formam uma difícil aliança para recuperar um raro diamante rosa escondido por Vandy, com a ajuda da jornalista americana Maddy Bowen (Jennyfer Connelly). O filme é bastante didático, como qualquer coisa feita para o mercado norte-americano, explica a situação geopolítica de Serra Leoa de uma forma quase lúdica, como se o público fosse infantil.

O início do filme é, providencialmente, um mapa-múndi que destaca a África e a região do continente onde fica Serra Leoa (tipo: platéia, localize-se!). A história une aventura, guerra, drama e acaba simplificando demais temas muito complicados como o contrabando de diamantes de zonas de conflito e suas ramificações no primeiro mundo e a forma como grupos rebeldes locais recrutam crianças para serem soldados da guerrilha.

Mesmo sendo coisa pra gringo ver, o filme não deixa de ser absolutamente bem filmado e com um roteiro que prende o espectador até o final. Muito do filme são cenas de ação, mostrando a violência crua de uma guerra civil onde não há lei. Claro, a idéia do filme é passar uma mensagem, de que o homem branco precisa parar de explorar a África para seu ganho financeiro. “TIA – This is Africa”, uma frase repetida muito no filme, que explicita a perda da esperança por parte dos africanos em relação à situação do seu continente.

O melhor do filme fica por conta das atuações de Djimon Hounsou e Leonardo DiCaprio. Hounsou é um ator muito forte. Ele é um homem alto, tem uma presença marcante, é bonito e tem atuações bastante intensas, sempre muito boas. É muito difícil alguém apagar Hounsou na tela, no entanto DiCaprio faz isso e ainda leva o filme inteiro nas costas. Se não fosse pela atuação de DiCaprio, talvez a resenha que estou fazendo desse filme fosse bem diferente, porque o personagem dele toma conta do filme e o carisma dele enche a tela. Eu sei, ele é o DiCaprio de Titanic, A Praia e O Homem da Máscara de Ferro, mas depois de ver Diamante de Sangue e Os Infiltrados, dá pra esquecer esse passado e perceber que ele se tornou um dos melhores atores da atualidade.

Começando 2007 com o pé direito!!!

See ya!