quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Oscar Report – Dreamgirls: Muita música e pouco filme


Buenas,

Um dos grandes concorrentes a prêmios Oscar desse ano é o filme Dreamgirls (EUA, 2006), com oito indicações. Esse fato impressiona a primeira vista, mas se levarmos em consideração que não concorre a melhor filme, melhor diretor, atriz e ator principais, já dá pra perceber que Dreamgirls não é uma obra prima. E realmente não é.

Dirigido por Bill Condom (o mesmo do premiado Chicago), o filme narra a trajetória de um grupo de cantoras americanas, desde os anos 50 até os 80, inspirado na história real de Diana Ross e The Supremes. Assim como no musical Chicago, o visual é deslumbrante – boas tomadas de câmera e figurinos maravilhosos, além de ter muita música boa. Mas o roteiro de Dreamgirls é cheio de furos, pequenas falhas que deixam o espectador confuso e aborrecido. Muitas transições e cortes do filme não fazem sentido, deixando a história cansativa e as atuações um tanto quanto estranhas. Nem vou falar do final, que é absolutamente nauseante.

Para quem gosta de Soul e R&B, as músicas do filme são ótimas. Bem, quase todas. A produção poderia ter economizado em tempo e em músicas, cortando uns 40 minutos de filme e umas três músicas desnecessárias. (Aliás, que acontece em Hollywood, os produtores ganham por minuto de filme? Nunca vi, filmes cada vez mais longos e bem chatos)

Justamente nas músicas é que dá pra perceber nitidamente a diferença de uma estrela como Beyoncé e uma candidata frustrada a American Idol como a Jennifer Hudson. A primeira canta, enquanto a segunda grita. Uma música em particular cantada por Hudson, “I am changing” é uma verdadeira tortura. É melhor ela se concentrar na carreira de atriz mesmo, e nem nisso ela é tão boa assim.

Fora a mediana Jennifer Hudson (desculpe a crítica, mas eu não achei ela nada disso), Beyoncé está linda como sempre e o ganhador do Oscar Jamie Foxx está péssimo (O que aconteceu com ele? Ganhou o Oscar e agora acha que não precisa mais se esforçar pra atuar?). O ponto alto do filme é a atuação de Eddie Murphy como James “Thunder” Early, personagem inspirado em James Brown. Esse sim, será um Oscar merecido. Murphy, que sempre faz comédias e filmes de ação, mostra aqui um lado mais profundo e sensível, principalmente quando a carreira de seu personagem começa a decair. Ele transmite a frustração e a derrota só com o olhar, provando que é ator de primeira linha.


See ya!!

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