terça-feira, outubro 31, 2006

30ª Mostra de Cinema de SP = Organização 0 + Conteúdo 10

Buenas,

Todo ano é a mesma coisa. Fico super ansiosa pela Mostra de Cinema de São Paulo, faço contagem regressiva, pesquiso os filmes que quero ver, tento programar meus horários em torno da mostra... Mas na hora de comprar ingresso e assistir, sempre vemos o mesmo filme de terror. Numa cidade de 18 milhões de habitantes, como São Paulo, custa fazer uma Mostra descente, bem organizada e bem estruturada? Comprar ingresso é sempre um caos, mas o inferno mesmo são as filas pra retirar ingresso (ACREDITE: mesmo pagando uma taxa de R$ 2,40 na Internet pra comprar ingresso adiantado, no CineSesc tive que pegar fila pra retirar o ingresso, faltando 20 minutos pra começar a sessão, atrás de várias pessoas que estavam comprando para um filme que iria passar sete horas depois!!!! Só depois de muita reclamação nos deixaram entrar e ainda tiveram que atrasar o filme pra conseguir colocar pra dentro todos que JÁ tinham ingresso)

Pois é, 30 anos de mostra e muito pouco aprendizado. O duro é que no nosso país tupiniquim, pra ver algumas raridades do cinema só durante a Mostra mesmo, então a gente precisa se submeter a isso. Fora filmes atrasados (Infância Roubada no Unibanco Arteplex atrasou somente 50 minutos pra comçar), monitores que não ajudam em nada, etc. Enfim, dou nota 0 pra organização, mas quanto aos filmes, aí é outra história.

Até agora já vi seis filmes, todos muito bons!!! Está certo que, eu, bem modesta, tenho um bom olho pra escolher filme J, então aí vão as películas que recomendo (três carinhas sorrindo é o mais alto do ranking, ta?):

Infância Roubada (Tsotsi, África do Sul – 2005) :-) :-) :-)
Uma belíssima história passada num gueto da África do Sul, quando um violento jovem líder de uma gangue, que perde as estribeiras com facilidade, descobre uma surpresa quando realiza um assalto. A ‘surpresa’ muda sua rotina e o obriga a rever sua própria história de vida. Um filme delicado, brilhante, com uma trilha sonora fantástica e ótimos atores. Não foi à toa que recebeu o Oscar 2006 de melhor filme estrangeiro.

Hollywoodland – Bastidores da Fama (EUA, 2006) :-) :-) ½
Uma ficcionalização da história verídica do suicídio do ator George Reeves, que interpretava o Superman em um seriado na TV americana nos anos 50. Adrien Brody carrega o filme no papel do detetive que investiga as circunstâncias da morte do ator, interpretado por Ben Affleck, que fez bom trabalho e já é cogitado para o Oscar 2007 de ator coadjuvante. Um tanto quanto melancólico, é uma produção de alto nível com um final que gostei muito.

Sonhos com Xangai (China, 2005) :-) :-)
O filme foca nos encontros e desencontros de duas adolescentes de famílias de Xangai que foram obrigadas a ir morar no interior porque o governo transferiu suas fábricas para lá, durante os anos 80. O filme mostra os conflitos, costumes e crenças da época em questão, por meio das vidas das duas meninas. Belo filme, culturalmente enriquecedor.

Play (Chile/França, 2005) :-) :-)
Um filme estranho, engraçado e interessante, Play mostra a fixação de uma moça do interior que se muda para Santiago para cuidar de um idoso incapacitado, por um rapaz cuja pasta ela encontra no lixo. O filme e os personagens são bem loucos, formando uma obra inusitada.

El Laberinto del Fauno (Espanha/México, 2006) :-) :-)
Mais um bom filme do mexicano Guillermo del Toro. Quem viu Espinazo del Diablo e gostou, também vai gostar deste. A temática é quase a mesma: duas histórias paralelas, a realidade no mundo dos adultos e o fantástico no mundo de uma menina, desenvolvem-se após a guerra civil espanhola. O paralelo que ele faz entre o terror real e a fantasia é bem bonito, mas del Toro precisa mudar de tema para não ficar cansativo.

Os Estados Unidos contra John Lennon (EUA, 2006) :-) :-) :-)
Talvez o único filme da mostra que não dá pra perder, não só porque é um documentário muito bacana que conta a trajetória revolucionária de Lennon, mas também para ver como os americanos também não têm memória e elegeram um Nixon 2, só que ele se chama George Bush. O documentário é bem feito, engraçado, instrutivo e, acima de tudo, faz vc pensar.

That’s all folks!
See ya!

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