sexta-feira, maio 19, 2006

Como o Tom Hanks é lerdo pra decifrar o Código Da Vinci...

Buenas galera,
Estou de volta para falar do mega-hiper-ultra-maxi-lançamento, a versão cinematográfica do livro O Código Da Vinci. Hj à tarde fui ao cinema e, como diz minha amiga Regina, “14 anos depois” estou aqui escrevendo sobre o filme.
Para os que não entenderam as indiretas, devo começar dizendo que o filme é loooooooooooooongo. Talvez não seja tanto a duração do filme, mas o seu ritmo. O diretor, Ron Howard, definitivamente não soube passar para a tela a trama com o suspense que há no livro, portanto o filme é chato.
Eu li o livro bem rápido, por alguns motivos. Achei legal o foco de Dan Brown que traz uma teoria original (ou pelo menos, que eu nunca tinha ouvido) sobre um mito/dogma que rege nossa história. Não vou discutir o tema do Santo Graal porque nunca estudei religião ou simbologia a fundo (nem sou tão boa assim de história), mas achei o livro bacaninha e diferente. Além disso, o livro contava com vários focos de ação e cada capítulo terminava com uma surpresa a ser revelada de algum dos focos. Mas o capítulo seguinte era sempre sobre outro foco de ação, então o leitor era obrigado a engolir cada capítulo para saber o final do passado e assim sucessivamente. Uma bela técnica para impor um ritmo dinâmico e um suspense à trama. Pena que o filme não segue essa linha.
Como disse, achei o livro bacana, mas também não me deu vontade de ler nenhum outro livro de Dan Brown e nenhum outro livro do tipo “Decifrando o Código Da Vinci”.
Talvez os mais fanáticos pelo livro e suas teorias gostem do filme mais do que eu gostei, ou talvez odeiem Ron Howard por ter estragado o que eles consideram uma obra-prima literária. Quem sabe? (quem quiser opinar, tem espaço nesse blog, aí embaixo do post, Ok?)
Eu achei o filme bem chato, mas tampouco fiquei com vontade de vaiá-lo, como o público de Cannes o fez. Toda a crítica está escrachando muito o filme, com certa razão. Além da falta de ritmo e de ser demasiado longo, o filme tenta “empacotar” o máximo de informações possíveis do livro em duas horas e meia. Mas isso não funciona, porque cinema e literatura são duas linguagens diferentes. Tudo o que Ron Howard conseguiu fazer foi uma overdose de informações que, para quem leu o livro vai ser chato e para quem não leu, vai ser confuso.
A trilogia O Senhor dos Anéis está aí para provar que uma boa adaptação de livro, muitas vezes, requer omissão de personagens, ações e informações do livro, reconstruindo a trama com base em alguns elementos principais que norteiam a história, sem tirar sua essência. Mas Howard usou outro approach.
O elenco estelar tampouco ajudou muito o filme. Continuo achando que o diretor e o roteirista poderiam ter feito um trabalho melhor, o que facilitaria o trabalho dos atores, que parecem meio patéticos e um tanto quanto exagerados em suas representações.
Enfim, eu sou cinéfila e me sinto na obrigação de ver qualquer filme de grande orçamento (e grande aposta dos produtores), mesmo sabendo que não é bom. Mas para aqueles que não se sentem nessa obrigação, peguem um filme de vídeo essa semana, leiam o livro (se já o fizeram, leiam outro livro), vão ao teatro, ou qualquer outro programa, porque assim vão aproveitar melhor duas horas e meia de suas vidas.
That’s all folks!
See ya!

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